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Cordel:

S.O.S. NATUREZA

Onde Estão os Animais?

Nosso Planeta demonstra
Passar por dificuldade
Cada vez mais se percebe
Indiferença e maldade
Pois estamos destruindo
Nossa Biodiversidade.

Estudos mostram que a Terra
Naturalmente se aquece...
Mas a ação devastadora
Que agora mais prevalece
Apressa muito o processo
E o Planeta se esmorece.

A sustentabilidade
Só poderá ocorrer
Se o homem tomar cuidado
E a lição compreender
Preservando o ecossistema
Para então sobreviver.

O descontrole gritante
Que estamos presenciando
É consequência nefasta
Do mal que estamos causando
Ao nosso Planeta Terra
Que aos poucos está se acabando.

Eis que a Biodiversidade
Nossa viva Natureza
Uma herança incalculável
Com infinita beleza
Agora, fragilizada
É uma inocente presa.

Devemos compreender
A real necessidade...
Os seres vivos se integram
Com plena fraternidade
Agredir esse processo
É cruel perversidade.

Biodiversidade é tudo
Que vivo aqui se mantém
Desde a flora, a fauna, os fungos
Micro-organismos também
Um patrimônio sem par
Que ao homem muito convém.

Contudo, nossa ambição
Nossa educação primária
Desconhecendo os limites
E se lançando arbitrária
Comete mil desatinos
Numa luta sanguinária.

Morrem peixes, animais
Florestas são destruídas
Mudam os cursos dos rios
Tantas águas poluídas
Muitas espécies extintas
Outras tantas perseguidas.

As espécies se concentram
Com maior fecundidade
Muito mais aqui nos trópicos
E com mais propriedade
Daí o nosso dever
E responsabilidade.

Já estão ameaçados
O tigre, o urso polar
A tartaruga-gigante...
A lista é de assustar
Pois até o lindo panda
Também pode se acabar.

Rinoceronte-de-Java,
Borboleta-imperial,
O Gorila-das-montanhas,
O pinguim, que é sem igual
Podem desaparecer
Da superfície global.

Nosso Brasil é o primeiro
Com a Biodiversidade
Recai então sobre nós
A responsabilidade
É que Deus nos confiou
Esta multiplicidade.

Nossa querida Amazônia
E também o Pantanal
Os serrados magistrais
Sob o clima tropical
Abrigando tantos seres
Num cenário sem igual.

A nossa bela caatinga
Por muitos descriminada
Não existe em outra parte
Vegetação comparada
Só o Nordeste ganhou
Essa prenda abençoada.

Sem falar dos nossos mares
De incomparável riqueza
Seres se multiplicando
Em milagrosa grandeza...
Quem não se comoveria
Diante de tal beleza?

No Brasil existe um quinto
De toda a diversidade
São cinquenta mil espécies
(Estupenda variedade)
Isto só em vegetais...
É ou não notoriedade?

Entretanto, a coisa grave
Está no reino animal
Espécies ameaçadas
Conforme estudo atual
Se não houver regramento
Tudo vai acabar mal.

São quatrocentas espécies
Fortemente ameaçadas
Dessas, sete estão extintas
Já não são mais encontradas
Como a arara-azul-pequena
E outras tantas afamadas.

O perigo é iminente:
Onça-parda, onça-pintada,
Macaco-aranha, sagui
Baleia-branca, coitada!
Também baleia-jubarte
Está quase liquidada.

Lobo-guará, peixe-boi
E mico-leão-dourado
Mico-leão-cara-preta
A sentença: PROCURADO!
E o homem faz vista-grossa
Não se sente incomodado!

Sem falar das borboletas
Das plantas medicinais
Dos arvoredos gigantes
E dos mares abissais...
Precisamos preservar
As riquezas naturais.

É certo, existem pessoas
Bastante preocupadas
Mobilizando entidades
Criando ações arrojadas
Trabalhando noite e dia
Em verdadeiras cruzadas.

Encontros, manifestações
Estudos aprofundados
Cientistas de renome
Arregimentando dados
Que nos deixam cabisbaixos
Bestialmente alarmados.

Na Eco-noventa-e-dois
Lá no Rio de Janeiro
Criou-se uma Convenção
Dos passos, foi o primeiro
O fruto agora se mostra
De fato mais altaneiro.

Proteger a Natureza
É luta de todos nós
Posto que a destruição
Já se alastra mais veloz
É preciso refrear
Destruindo o tal algoz.

A Natureza responde
Conforme seja tratada
Nossa contribuição
Mais que nunca está cobrada
Ou fazemos nossa parte
Ou tudo vai dar em nada.

Aprendamos a lição
Antes do terrível fim
Para tanto é necessário
Deixar de lado o pantim
Apaguemos, pois, então
A labareda, o estopim.

O futuro com certeza
Tem uma marcha veloz
E o Planeta, combalido
Entrevê um fim atroz...
Sem a Biodiversidade
Morreremos todos nós.

Eis o grito: Mãos à obra!
O forte nunca esmorece!
É preciso trabalhar
Que a coisa então acontece
Preservando o nosso meio
A Natureza agradece.

- FIM -

Tabuleiro do Norte, CE,
Setembro de 2010.

      O Cordel tem feito coisas               Sinto que a Literatura

      Que me deixam espantado            Tem cumprido o seu papel

      Atravessando fronteiras                Façam lá seus versos brancos

      De modo determinado                    Produzidos a granel

      Instalou-se no Nordeste                Mas prefiro rima e métrica

      Aqui fundou seu reinado               Nos meus versos de Cordel.

                                    

                                   ((( Francinilto Almeida )))

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